segunda-feira, 2 de maio de 2011

BULIMIA NERVOSA


A bulimia nervosa é uma variante da anorexia nervosa, enfermidade com a qual compartilha diversas características.
A diferença fundamental entre essas doenças é que na bulimia o peso corpóreo está praticamente normal, enquanto na anorexia a magreza é de chamar a atenção.
A bulimia nervosa é mais freqüente do que a anorexia nervosa, mas menos grave porque a subnutrição costuma ser menos intensa. Acomete 1% das mulheres jovens.
O diagnóstico se baseia nas seguintes características principais:
1.      Episódios recorrentes de ingestão exagerada de alimentos, que se caracterizam por:
a)     Comer num período limitado de tempo (por exemplo, durante 2 horas) uma quantidade de alimentos claramente superior ao que na maioria das pessoas seria capaz de ingerir no mesmo período e em circunstâncias semelhantes.
b)     Sensação de que não é possível parar de comer ou controlar o que e quanto está sendo ingerido.
2.      Comportamento compensatório inadequado, para prevenir o aumento de peso resultante do excesso cometido (indução de vômito, abuso de laxantes e diuréticos, lavagens intestinais, exercícios excessivos e jejuns prolongados).
3.      Os episódios de comer exageradamente e de comportamento compensatório inadequado ocorrem, em média, pelo menos 2 vezes por semana, durante 3 meses.
O quadro geralmente tem inicio com a adoção de dietas rigorosas para emagrecer, motivadas pela importância exagerada atribuída à necessidade imperiosa de ficar magra.
Na fase inicial, todas as pacientes tentam atingir o peso-alvo que determinaram, evitando alimentos mais calóricos. Para tanto, colocam a alimentação como problema central de suas vidas.
Com o tempo, surgem episódios de comer compulsivamente, depressa, quase sem mastigar, seguidos de comportamentos compensatórios. Às vezes, a compulsão é por “beliscar” o dia inteiro. Algumas pacientes falam com orgulho do prazer de comer o máximo possível sem engordar.
Apesar de tudo, as crises de excessos alimentares servem para aliviar a tensão, tornando-as difíceis de combater.
Como fazem segredo dos episódios bulímicos, a rotina de vômitos, laxantes e diuréticos pode passar anos sem ser percebida pela família.
Com freqüência, esses episódios são planejados com antecedência. As comidas, escondidas em lugares como armários e guarda-roupas, geralmente contêm alto teor energético e são fáceis d engolir e de vomitar. Em alguns casos, é ingerida uma quantidade de alimentos que chega a corresponder a 10 vezes o número de calorias da dieta diária.
Ø      De tanto estimular o reflexo do vômito, ele pode ser ativado pela simples contração dos músculos abdominais.
Ø      A acidez do suco gástrico estraga os dentes e irrita o esôfago e a garganta.
As crises de bulimia são desencadeadas por fatores variados: ansiedade, tristeza, tensão, aborrecimentos, lembranças relacionadas a comida, uso de álcool ou maconha, cansaço, excesso de trabalho. Raramente a fome é relatada como fator desencadeante.
História prévia de relações pessoais tormentosas, dificuldade de controlar os impulsos, baixo limite de tolerância e abuso de drogas apontam para o diagnóstico de bulimia, já que na anorexia nervosa as características mais importantes são introversão, inibição e obsessões.
Para evitar situações que disparem a compulsão, a menina se isola. Com o passar do tempo, surgem depressão, autoestima rebaixada, ansiedade, tentativas de automutilação e idéias de suicídio.
Muitas delas fazem uso de fórmulas para emagrecer. Um terço das portadoras de anorexia nervosa desenvolve bulimia nervosa. O caminho inverso é mais raro.
O tratamento exige equipe multidisciplinar: médicos, psicólogos e nutricionistas. A psicoterapia é fundamental, mas ao contrário do que ocorre na anorexia, na bulimia os medicamentos antidepressivos podem ajudar.
VARELLA; D. e JARDIM; C. Coleção Doutor Drauzio Varella / Guia Prático de Saúde e Bem-estar. Volume: Obesidade e Nutrição. Editora Gold, 2009 – SP: Alphaville. Pág. 48-50.

Fernanda Silva Nogueira dos Anjos 

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